segunda-feira, 6 de julho de 2015

A gestão indecente


Sem palavra, sem escrúpulos, sem votos... Um ensaio sobre o modo Lauermann de governar.

Durante a greve dizíamos que “é um absurdo o que acontece em Novo Hamburgo”, mas hoje podemos dizer, com toda a certeza, que o que acontece em Novo Hamburgo é uma piada de muito mau gosto. 

Passados mais de trinta dias da audiência de conciliação entre o executivo e o Sindicato dos Professores, onde a Justiça Estadual determinou o entendimento das partes, nosso prefeito decidiu apelar.

Com o intuito de “assustar e punir” os professores, Luis Lauermann tenta passar por cima do acerto realizado na mesa de negociação ao decretar que as escolas percam a autonomia na construção dos calendários escolares, garantida na primeira mesa do pós greve. O chefe do executivo ataca a democracia, desrespeita pais – LEIA ELEITORES – que saíram de suas casas em noites frias para participar de assembleias que definiram os calendários escolares, desrespeita os professores – LEIA ELEITORES FORMADORES DE OPINIÃO – que junto com suas comunidades escolares definiram quais as reais prioridades dos estudantes.

A autoritária vontade do prefeito, que foi eleito na fama do seu antecessor, é de que a partir de agora as escolas tenham apenas três dias de recesso escolar. O que Luis Lauermann quer impedindo que a EMEI Arco-Íris, a Escola Cecília Meireles, Francisca Saile, Maria Quitéria e Adolfina, por exemplo, tenham sete dias de recesso como foi decidido pelos pais?

A resposta é PUNIÇÃO.

Inconformado com o resultado da greve que, inutilmente, ele e seu falido departamento jurídico tentaram parar alegando ser ilegal, o prefeito quer castigar os servidores na tentativa de intimidar a categoria. Para ter êxito no seu ataque à soberana decisão das assembleias com a comunidade, Lauermann conta com o apoio incondicional dos alpinistas políticos da Secretaria de Educação. 

Apesar de servidora concursada, a segunda via do Beto – Lembram dele? – não se furta o direito de garantir sua prestigiosa posição de titular da pasta, nem que para isso tenha de levar ao matadouro suas colegas.

Não menos preocupada com sua Função Gratificada, está a diretora de educação, que inclusive move um processo de danos morais contra este sindicato. Sentindo-se ofendida com uma publicação que teve seu nome citado, ela não procurou a entidade para uma retratação e nem ao menos aceitou um acordo. A indenização que nossa colega busca é de mais de 100 mil reais, pagos com o dinheiro de todos os professores, claro. 

Mais um descuido que pode arranhar ainda mais o Partido que se diz dos trabalhadores. Sem colegas que nos representem na SMED precisamos ficar alertas.

Não vamos negociar direitos e nem aceitar que Lauermann transforme a prefeitura numa extensão de sua casa, onde sim, pode se dar o direito de dizer e desdizer o que bem entender.

Esse atentado político-passional contra o magistério é porque Lauermann quer vencer a greve, pois se sente castrado politicamente ao ter sido desmoralizado por um bando de mulheres – ele ignora que tenham homens entre os docentes - que carregam o título de professora.

Frente a isso é importante lembrar que ainda estamos no prazo de negociação antes de voltarmos à justiça. Não vamos permitir que o prefeito interfira de maneira autoritária nas decisões da comunidade, não vamos deixar que essa gestão indecente avance sobre nossos direitos.


Apesar da última mesa de negociação ter sido cancelada pelo executivo, não vamos deixar de discutir e garantir que as decisões das assembleias sejam cumpridas na sua TOTALIDADE, quer queira o prefeito, quer não.

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