segunda-feira, 30 de junho de 2014

Que escola queremos?

Desde a década de 70, a educação formal no Brasil vem sofrendo uma brutal transformação e um ataque sistematizado contra os princípios do conhecimento que ela própria desperta. A escola opera a contradição entre o conhecimento que revela e a alienação necessária para a dominação de uma classe sobre outra. A escola liberta e aprisiona ao mesmo tempo, dependendo da lógica que a administra. E para a sociedade capitalista a escola é, hoje, para o bem e para o mal, um centro disciplinador, além de formador de força de trabalho.
O trabalho do professor é um trabalho que vai além da fonte de renda. É um trabalho desalienante diante das possibilidades de aprendizado a partir das vivências. É, por sua natureza, um trabalho com uma necessária reflexão sobre a sociedade em que vivemos. Dentro da sala de aula encontramos o mundo, suas injustiças e misérias; mas também encontramos o futuro e um milhão de possibilidades de que isso tudo pode mudar. A esperança da juventude nos contagia.
Por isso insistimos tanto nas condições de trabalho, na formação qualificada e, mais que isso, ao compreendermos o caráter público de nosso trabalho, exigimos que o público tenha controle sobre ele. Por isso a democracia e a transparência tem tanta importância para nós.
Por isso também denunciamos a terceirização, o apostilhamento, a padronização da educação, o achatamento salarial, a redução de direitos dos trabalhadores e a redução de direitos democráticos da sociedade. E toda essa política é mais uma expressão do projeto hegemonista do grupo político no poder.
Uma das lutas históricas do processo civilizatório humano tem sido a extensão da escolaridade para o maior número possível de pessoas. Sabemos que a apreensão e a sistematização do conhecimento potencializa as possibilidades de abstração para novas possibilidades de existência. Entretanto, o capitalismo vem distorcendo esta compreensão e construindo uma educação a serviço do sistema, tanto na formação da mercadoria força de trabalho, quanto na extração de lucro da estrutura educacional.
Este o questionamento que ficou do Curso de Formação em Políticas da Educação, que aconteceu na quarta-feira, 25, com a professora Elisabete Búrigo. Vamos continuar este debate nos próximos encontros, que acontecerão nas quartas-feiras seguintes (dias 2, 9 e 16 de julho). Convidamos a todos para prosseguirmos no debate.

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