segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Salário de deputado, prestígio de jogador

Salário de deputado, prestígio de jogador
Salve o professor!

Por Francisco Rodrigues, professor municipal

Ficamos deveras tristes e desolados ao ouvirmos homenagens ao dia do professor em uma potente rádio, meio de comunicação integrante de grande empresa midiática do sul do país. Citava esta seus anseios em relação ao respeito que deveria ser dedicado ao professor aqui por estes pagos. “Desejamos o salário de deputado e o prestígio de jogador de futebol aos professores”, disse por repetidas vezes, como convém para marcar a data ora comemorada (?).
Os professores ficam enrubescidos e talvez, um tanto quanto desencorajados, conscientes da atual situação que se encontra a Educação nesse país, e sabedores também, da árdua tarefa que os aguarda no dia a dia. Lamentam que tão importante meio de comunicação se manifeste para confundir a opinião popular no que diz respeito às práticas pedagógicas, persistentes e elucidativas que consistem na labuta de quem ensina.  Ao citarem o salário do deputado e o prestígio do jogador, nos parece claro o pouco caso que é dada a questão, já que o professor nunca vislumbrou tal possibilidade. Até porque, acreditamos haver uma inversão nesses valores econômicos e morais. Quem deveria possuir prestígio seria o Deputado, e o jogador, o salário.
O professor historicamente tem buscado em suas falas e suas ações, com seriedade e perseverança, a qualidade na educação, fator este que certamente resultaria em salário digno e investimentos em estruturas compatíveis com a qualidade requerida. Se o professor tivesse sido atendido e levado a sério, há algum tempo, logicamente que hoje não estaríamos amargurando a deficiência de serviços públicos apresentados na Educação, Saúde e Segurança, por quem se diz político de carreira, ou com qualquer cargo, que quando chega o fim do mês é necessário desfalcar o erário público para satisfazer seus instintos consumistas.
Nestes últimos dias recebemos a visita da Presidente da República, aqui em Novo Hamburgo, que também se manifestou em prol do aumento salarial dos professores. Seria uma ótima colocação por parte desta mandatária, desde que não fosse pronunciada em NH, terra na qual seus próprios adeptos trabalham insistentemente em diminuir salários e dificultar as ações desta categoria com procedimentos equivocados e lamentáveis.

Portanto, neste 15 de outubro, queremos lembrar dos professores, meditar sobre sua função, e colocar esta função na balança, para termos a noção exata da sua imensidão. A exploração a qual eles são expostos e os correspondentes investimentos que os nutrem para enfrentar, derrotar e erguer a sociedade, capacitando-a para os enfrentamentos que precisam ser ultrapassados em busca de uma grande nação, que sem sombra de dúvida, depende mais de professores do que de deputados e jogadores de futebol.

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