quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O que representa a visita de Dilma

Foto: Tânia Rêgo, Agência Brasil - Manifestação na assembléia
de professores no Rio de Janeiro, mas poderia ser aqui...

Nos últimos dias temos visto um ascenso na luta dos professores por todo o país. Em vários estados e municípios brasileiros os professores pararam ou estão parados por conta da ofensiva do capital contra a educação. Em todos os lugares o debate é basicamente o mesmo: alterações nos Planos de Carreira dos educadores, com a redução de direitos e implantação das políticas tecnizantes do ensino.
E os representantes do capital nos governos, de Novo Hamburgo à Brasília, passando por praticamente todo o espectro partidário (com honrosas exceções) mostram que irão utilizar todos os meios para garantir a implantação destas políticas. E todos os meios inclui a criminalização dos movimentos de protesto e o uso irrestrito de violência para reprimir os trabalhadores.
As forças produtivas sob o capitalismo chegaram a tal ponto de desenvolvimento que não é mais possível que os trabalhadores não dominem minimamente códigos de comunicação complexos, a fim de poderem operar as novas tecnologias. Analfabetos não compram smart fones e não conseguem operar na linha de produção máquinas com tecnologias avançadas.
A produção de uma força de trabalho massissamente preparada para operar as novas tecnologias exige a ampliação do sistema educacional, além da subordinação do seu método pedagógico à lógica da produção capitalista. Há uma contradição aqui típica do capitalismo: ao mesmo tempo em que exige especialização da força de trabalho, o capital desvaloriza esta especialização com o achatamento dos salários dos profissionais a partir da lei da oferta e da procura (que só vale para a mercadoria trabalho).
Isto responde porquê os governos federal e municipal se dedicam com tanto afinco na construção de novos prédios escolares e, ao mesmo tempo, tratam os professores com tanto desrespeito.  No projeto do capital, se não há espaço para uma educação humanizadora, muito menos há espaço para a democracia e o debate.

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