quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Sobre como o capital controla a democracia

Democracia capitalista: o teatro da vida real

“A democracia não se limita a possibilidade de escolha, mas a possibilidade de determinar as escolhas”.
Armand e Michèle Mattelart em “História das teorias da comunicação"

A democracia, efetivamente, não é um conceito fechado. Ele é determinado pela correlação de forças das classes sociais em luta. De tal modo que os modelos eleitorais modernos não representam o fim da história da democracia. Mesmo conceitos mais avançados de democracia “participativa” estão sujeitos à clivagem ideológica do capital se a determinação das possibilidades de escolha estiverem sujeitas ao controle material do capital.
No exemplo real do nosso cotidiano, o “Orçamento Participativo” possui a limitação fundamental de não poder determinar o conjunto das verbas, mas sim somente a uma pequena parte, ainda assim sujeita a determinação de execução por parte do executivo. Ou seja, o conceito de democracia econômica é o conceito que pode dar o corte radical necessário para a compreensão sobre o que é preciso fazer para que a humanidade saia de sua pré-história.
Controlado pelo fluxo do capital, o mundo em que vivemos nos sujeita a negação de nossos desejos e a uma separação dolorosa entre o que pensamos e o que realmente produzimos. Nossas relações são, assim, determinadas pelo fluxo material que nos sustenta. É inescapável.
As adaptações que o capitalismo sofre para absorver estes conflitos de classe, contudo, não são suficientes para mascarar os seus fundamentos. As escolas municipais, por exemplo, recebem recursos diretos do governo, mas condicionados à prestação de contas. As relações de poder econômico que se estabelecem entre os gestores públicos em seus vários níveis, entretanto, acaba por condicionar as prioridades e a própria transparência dos investimentos.

As eleições mesmo, tanto as gerais (executivo e legislativo) quanto as especificas (diretores de escolas, Conselho Tutelar), acabam condicionadas pelo poder econômico, que estabelece uma rede de controle social nos vários níveis da divisão social do trabalho. O capital, entretanto, dissimula a sua política por trás destas relações cotidianas (da direção da escola com os professores, no nosso exemplo) com a própria despolitização das relações (dirigindo-as para os interesses pessoais imediatos).

6 comentários:

Anônimo disse...

Verdade. Na minha escola quem decide como vai ser gasto o dinheiro é a própria direção, e a APEMEM aceita porque acha que se nós professores queremos é porque é importante. Assim, muitas vezes são escolhidos os murais para pendurar trabalhos e faltam giz para escrever no quadro.

Anônimo disse...

Nossa, aqui na escola a coisa não é diferente. Gastamos o dinheiro para fazer a manutenção, que é obrigação da prefeitura, e nunca temos dinheiro para os materiais básicos: falta bola de basquete, futebol, vôlei...se eu quiser o material, preciso tirar do meu bolso! VERGONHA!

Anônimo disse...

Aqui na escola nunca fazem ATA, acho um desrespeito!!!!!! Quando cobramos que seja feita, somos expostos, como se estivéssemos fazendo algo errado. Como se a escola pública não devesse explicações à comunidade! Chega de ficarmos calados! Diretora de escola é professora como todos nós!

Anônimo disse...

A Ed. Fís. em NH é um absurdo,o esporte escolar quase não existe, o pouco que acontece é em virtude do heroísmo dos profs. de Ed. Fís. Quadras em miniaturas e abertas, material minguado, muitas escolas ao relento, não é raro em dias de chuva, os alunos permanecerem em sala de aula. É um disparate!

Anônimo disse...

Acho um absurdo como os professores são tratados. Cada vez mais temos deveres, mas não vejo nossos direitos serem cumpridos. Quem precisa estar com o trabalho em dia somos nós professores porque a direção deixa livros pontos estão sempre em aberto, sem protocolo, sem abrir o mês, pedir folga dos dias que já trabalhamos é ofensa,se nosso aluno não obedece ou nos agride a culpa é nossa.E a SMED só aparece para "fiscalizar"se estamos no cabresto.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.