sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Reflexões sobre a educação

Greve Geral em Novo Hamburgo
11 de julho 2013
É do senso comum que a educação formal é transformadora da realidade. Esta perspectiva tem o objetivo de acalentar o sofrimento causado pela alienação e exploração sofridas pelos trabalhadores, tanto fora da escola quanto aos profissionais da educação. Para os trabalhadores em geral, a “escola transformadora” pode ser para si e seus filhos uma possibilidade de mobilidade social; para os profissionais da educação, a válvula de escape (dentro da sala mando eu) para a alienação (entendida como a incapacidade do sujeito de determinar seu próprio trabalho) e para a exploração que sofre no dia-a-dia (jornadas estendidas, salários defasados, transferências).
A escola é, não só o centro reprodutor da lógica (o método científico) capitalista; mas também uma fábrica que produz uma determinada mercadoria: a força de trabalho. “O que se busca é a adequação dos objetivos educacionais às novas exigências do mercado internacional e interno, e, em especial, na consolidação do processo democrático no que concerne à formação do cidadão-produtivo”, dizem Cláudio L. Salm e Azuete Fogaça em Questões Críticas da Educação Brasileira (UFRJ, 1995). E o que se tem visto desde a publicação do trabalho citado é a consolidação do processo de transformação da escola numa máquina de fabricar força de trabalho.
A mudança, portanto, não vem de dentro da escola, mesmo que a transformação da sociedade requeira o desenvolvimento pleno das forças produtivas, isto é, a classe trabalhadora deverá ter a capacidade intelectual para compreender as contradições do sistema e se organizar para erradicá-lo. A transformação vem, isto sim, pela atividade política da classe enquanto classe. A luta política é pedagógica porque troca informações positivas em relação a possibilidade de transformação da sociedade.

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