quarta-feira, 17 de agosto de 2011

DEPOIS DO JURAMENTO, A REALIDADE


 No dia 16 de agosto de 2008 fiz um juramento. Iria defender a educação; abriria oportunidades de aprendizagem para os alunos que passariam pelo meu caminho; seria ética e comprometida. Levo meus juramentos a sério, até ganhei um diploma depois dele. Com este pedaço de papel eu comprovo os anos que passei nas classes universitárias, com ele eu ganhei o direito de estar na posição que ocupo hoje.
Cheguei nas salas de aula do município de Novo Hamburgo em 2010. Mesmo sem nenhum plano de carreira à vista, estava consolidando a opção que havia feito anos antes do meu juramento. Nas minhas salas de aula enfrentei situações que não estavam previstas no currículo da faculdade e para honrar meu juramento precisei fazer pequenos sacrifícios.
Não estava enganada ao fazer a prova do concurso, nem quando assumi a função. Aguardei com uma certa ansiedade o desenrolar das negociações, acompanhei de perto o projeto de plano de carreira que chegou no limite do prazo estipulado. Agora um novo projeto aparece no horizonte, me sinto profundamente enganada por perceber que o discurso dos meus gestores não condiz com seus atos. A negociação foi unilateral, os acolhimentos foram mínimos e o consenso me parece distante. E até o momento, mais de 18 meses depois, continuo sem um plano de carreira.
Naquele 16 de agosto eu jurei defender uma educação de qualidade para todos. Neste 16 de agosto, tive a oportunidade de me juntar às minhas colegas de profissão em Novo Hamburgo para expressar o meu juramento. Se engana quem acha que queremos melhorar o percentual das nossas vantagens de carreira, me juntei a centenas de professores naquela tarde para defender nosso direito de ter uma carreira com oportunidades justas para todos; para garantirmos um atendimento de qualidade e sem burocracia no IPASEM; e para termos o tempo que precisamos para realizar um trabalho com qualidade.
Não fomos pedir nenhum favor, tudo que defendemos tem o respaldo da lei. Fomos, sim mandar um recado:
A escola não é uma empresa; e sim uma instituição pública
Os alunos e seus pais não são os clientes; e
O conhecimento não é mercadoria.
Neste caminho, a luta é constante, e muitos não acreditam que pode fazer alguma diferença. Mas seguimos fazendo a nossa parte, e juntos, seguiremos. Cada vez mais tenho orgulho de fazer parte deste grupo.
Texto enviado pela professora Daniela Vieira Costa

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